Lançamento “HQuê?!” volume 4!
Em Dezembro passado, tivemos o lançamento do quarto volume do “HQuê?!”, parceiros nossos que você já devem ter ouvido no cast. O evento foi sensacional, contamos com lançamentos de Luciano Salles e Camilo Solano também, além de outros acontecimentos no mesmo dia. Ah! Fiquem atentos e logo menos teremos as entrevistas do Camilo e do Luciano aqui no nosso site! 😀
Bom, para variar um pouco dos outros eventos de lançamentos dos caras, resolvemos entrevistar dois dos artistas que integram o grupo.
Quanto ao HQ do “HQuê?!”, bom, este que vos fala é um pouco suspeito para falar qualquer coisa (Rafael Tanisho). Posso dizer que cada volume lançado eles surpreendem mais. Talvez pelo fato de serem independentes e consequentemente poder ousar mais, ou simplesmente pelo fato de terem muito talento. E como eu já disse em outras coberturas, é muito talento para poucas páginas.
Um grande destaque desta edição é a capa, feita pelo Celso, onde você pode ver todos os cartunistas e roteiristas zumbificados, ficou realmente FODA!
Agora chega de enrolação e bora para a entrevista.
Lost: Estou aqui no lançamento da 4ª edição do “Hquê?!” com Danilo Zamorano, roteirista de várias das histórias que você vai ver nesta edição e ele vai contar para a gente um pouco de como está sendo este trabalho, como esta sendo aceitação do publico para o trabalho. Começa falando para gente do trabalho em si, do desenvolvimento desta 4ª edição do “Hquê?”
Zamorano: No desenvolvimento da 4ª edição, a gente manteve o pessoal desde a formação da 1ª edição e fecha cada vez mais o grupo… como eu posso dizer… nem sempre todo mundo pode participar… mas nunca ninguém está sendo excluído. Nesta 4ª edição a gente focou em temas livres, ainda, cada um escreveu o que quis, o que gosta, não importa o que seja, mas da minha parte eu fiz uma história com o Celso que se chama “A Despesa”, que acabou virando um conto paralelo do “Planeta Morto” (que é um quadrinho que o Celso faz junto com a roteirista Fernanda Oz). Esta é primeira história do “Hquê?” e também a capa, onde cada participante desta 4ª edição virou uma caricatura de zumbi, o que ficou bem bacana.
Fiz também Antropomofina com meu amigo Bazzanella, que já é a segunda história, tendo uma na edição 3 e vai ter uma na 5 e na 6… isto a gente garante… que ao menos mais duas histórias vão ter e este é um projeto que pode ficar maior e sair do “Hquê?”.
O que está sendo bacana é que mesmo no coletivo cada um está seguindo seu projeto: O Carlão tem um projeto alí com o Celso e também com o Gabi, eu estou com um projeto com o Abimael e a Thaís e vamos lá…
Lost: E como está sendo a aceitação do trabalho, a venda dos exemplares… como o publico que gosta de quadrinhos está recebendo este trabalho?
Zamorano: Teve umas comparações bem bacanas aí… esta questão do coletivo… principalmente… eu não sei se pelo formato chama atenção e pela variedade de histórias, porque a gente tem do humor à critica social, historia de super-heróis e zumbis… enfim, a gente fala de tudo: desde politica à historias mais leves, digamos assim.
A aceitação do publico está sendo bacana… eu acho que, como eu disse no começo as comparações estão sendo legais, com certos coletivos de pessoas que a gente admira, então, não vou nem dizer o nome porque está no prefácio, mas tá legal… eu acho que o caminho é esse… a cena está se criando aqui no Brasil e a gente fica feliz que estamos dando os primeiros passos aí, para participar dela.
Lost: Na sua opinião qual é a importância de um evento como o CCXP para a cena dos quadrinhos no Brasil?
Zamorano: Especificamente a CCXP é importante para os quadrinhos, porque uni o universo desde o cinema, o mundo geek e o quadrinhos alí… principalmente a parte dos artistas… tem muito artista independente. Acho que quando vai conhecer o trabalho dos artistas, muita gente já vai no artistas famosos, mas muita gente acaba conhecendo os novos e independentes.
A FIQ (Festival Internacional de Quadrinhos) também é uma feira importantíssima para a cena, que acontece a cada 2 anos em 2015 a gente participou e viu que teve uma aumento considerável de 130 artistas para pouco mais de 500… olha o tanto que cresceu em 2 anos… então acredito que é isto mesmo… a cena crescente… e esta feira é importantíssima para quem quer realmente participar da cena… e quem sabe a gente está lá com uma mesa na próxima edição… em 2015 não deu.
Lost: Estou com Eder dos Santos e ele vai nos dizer como está sendo, na visão dele, o desenvolvendo do trabalho com o “Hquê?” e a receptividade deste trabalho entre o público que curte quadrinhos. Começa contando pra gente como se iniciou este trabalho e como está sendo participar deste projeto que está crescendo.
Eder: Este projeto começou dentro de uma oficina com o Luciano Salles, no SESC aqui de Araraquara e está bacana assim (projeto Hquê?), porque você vê que na cidade que a gente acaba morando, desconhece o tanto de gente que gosta e gostaria de produzir quadrinhos, e foi através desta junção, desta união da galera que a gente proporcionou isto para pessoas que muitas vezes achavam que isto estava distante… que estava apenas dentro das grandes editoras, quando na verdade, saindo um pouco deste mainstream, a gente consegue produzir coisas autorais e bem bacanas assim.
Lost: E como você esta percebendo a receptividade do trabalhos de vocês em Araraquara e na nossa região?
Eder: A receptividade está muito legal, não só em Araraquara e região, mas fora também, pois tem chegado na mão de alguns profissionais da área resenhas, de matérias especializadas em quadrinhos e o pessoal tem gostado muito. Recentemente a gente esteve no FIQ, em Belo Horizonte, onde chegou uma pessoa na mesa lá e quando viu o trabalho disse que já conhecia e já tinha lido… enfim, uma pessoa lá de Minas Gerais, então se vê que o trabalho vai muito alem daquilo que a gente imagina e da onde que ele está chegando… e está sendo bem bacana assim. A aceitação tem sido bem legal até pela nossa proposta que é mais underground, mais modesta, vamos colocar assim.
Lost: Temos um evento que está crescendo bastante no Brasil… em 2014 foi a 1ª edição e em 2015 a 2ª edição da Comic Con Experience, sendo esta 60% maior do que a de 2014. Primeiramente qual a importância que você dá para um evento deste, de cultura pop em geral, e depois, o que você espera CCXP para os próximos anos em relação a espaço para vocês, quadrinistas independentes?
Eder: Está questão do evento é extremamente importante tanto para divulgação da cultura pop em geral e a fomentação desta cultura, quanto para aproximar mais o artista, as pessoas que criam os produtos, do grande publico, do fãs. Esperamos o máximo dela, crescer assim como você falou: de 2014 para 2015 já teve um crescimento grande de 60%… é muita coisa… então a gente só espera que tendencia dela seja crescer e acredito que ela vai se tornar a maior ou senão brigando com as maiores Comic Con’s do mundo. Brasileiro consome muito quadrinho e muita coisa pop e com a chegada da Comic Con aqui, de 2014 para 2015, (o crescimento) foi fenomenal e com certeza para este e os próximos anos a CCXP vai tornar uma das melhores, senão a melhor Comic Con do mundo.
Lost: E o que vocês reservam para gente em relação ao futuro do projeto “Hquê?” ?
Eder: A gente já vem conversando, porque como eu falei nosso projeto começou modesto, mas a ideia é crescer com ele não só no sentido de publicação, mas crescer no sentido de divulgação dele, então a gente está preparando algumas surpresas para a galera, talvez, umas edições especiais aí, mas o que dá para adiantar das conversas que a gente vem tendo na reuniões do grupo é ter algumas edições temáticas e assim que tivermos alguma novidade vamos postar na no nossa fã page do Facebook, então curta a nossa página galera… valeu.